Tem sido cada vez mais comum ver cães embarcando em voos ao lado de seus tutores. Seja para uma mudança, uma viagem de férias ou até mesmo compromissos profissionais, levar o companheiro de estimação tornou parte do planejamento de muitos viajantes.
Mas, apesar de parecer simples, o embarque de animais envolve uma série de regras e exigências. Tamanho, peso, tipo de transporte e até o perfil comportamental do pet podem influenciar na autorização para que ele viaje na cabine ou até mesmo se pode viajar. E aí surge uma dúvida frequente: afinal, quais são as raças de cão que podem viajar de avião sem restrição?
Se você também já se fez essa pergunta, continue lendo. Vamos te mostrar como as companhias aéreas classificam as raças, o que realmente significa “sem restrição” e quais fatores vão além do tipo de cão para garantir um embarque tranquilo.
O que significa viajar sem restrição
Quando falamos em cães que podem viajar sem restrição, é importante entender que isso não quer dizer que o embarque acontece sem regras. Toda viagem aérea com animais envolve cuidados específicos tanto por parte do tutor quanto das companhias. A expressão, na prática, se refere a raças que costumam enfrentar menos obstáculos na hora de embarcar. Esses cães geralmente atendem aos principais critérios exigidos pelas empresas aéreas, o que facilita a aprovação do transporte, especialmente na cabine. Mesmo as raças mais aceitas precisam seguir protocolos básicos. A diferença é que, ao se enquadrarem nos critérios mais comuns (como tamanho e temperamento), o processo tende a ser mais simples e direto. Algumas limitações frequentes envolvem: cães de pequeno tamanho são mais aceitos na cabine, pois precisam caber em caixas compatíveis com o espaço sob o assento; peso total (cão + caixa de transporte) cada companhia define um limite diferente, mas em geral, cães muito pesados precisam viajar no compartimento específico do avião; algumas raças com o nariz mais curto exigem atenção especial, pois podem ter dificuldades respiratórias durante o voo; o cão precisa estar acostumado com ambientes fechados e não apresentar sinais de desconforto ou agitação; o item precisa atender às medidas e exigências de segurança da empresa.
Onde o cão pode viajar
Existem três possibilidades principais: na cabine: ideal para cães pequenos que se adaptam bem ao ambiente e estão dentro dos limites permitidos; no compartimento de carga pressurizado: é uma opção usada por cães maiores ou quando a raça não é aceita na cabine. Transporte como carga viva: o container é geralmente etiquetado com a frase “Animal vivo” ou “Live Animal” e instruções para manuseio, utilizado em casos especiais, como mudanças internacionais com empresas de logística animal.
Raças de cães que geralmente podem viajar de avião
Algumas raças de cães destacam por atenderem com facilidade aos critérios mais comuns das companhias aéreas: tamanho reduzido, comportamento equilibrado e boa adaptação ao espaço da caixa de transporte. Abaixo, listamos as raças que, em geral, têm menos obstáculos na hora do embarque, embora sempre seja necessário conferir as normas da companhia escolhida. Poodle Toy e Miniatura são muito pequenos, pesam entre 3 a 6 kg, são tranquilos e fáceis de adaptar a ambientes novos, são aceitos com frequência, especialmente na cabine. Shih-Tzu (atenção para algumas restrições), pesam entre 4 a 7 kg, são calmos, silenciosos e apegados ao tutor, são geralmente aceitos, mas por terem o focinho mais curto, algumas companhias pedem cuidados extras. Yorkshire Terrie é muito pequeno, pesa de 2 a 4 kg, tem um comportamento alerta e sociável, mas silencioso quando bem treinado, tem uma aceitação bastante comum na cabine, devido ao porte leve e à facilidade de transporte. Chihuahua é uma das menores raças do mundo, pesa até 3 kg, são ativos, mas geralmente se acomodam bem com o tutor, a aceitação é ampla, principalmente em voos nacionais. Lhasa Apso é de tamanho e peso médio-pequeno, varia de 5 a 8 kg, é calmo e reservado, adapta-se bem a viagens curtas, aceito por muitas empresas, desde que esteja dentro do limite de peso com a caixa. Bichon Frisé pesa entre 5 a 7 kg, é brincalhão, mas geralmente calmo em espaços internos, normalmente autorizado para viagens na cabine. Papillon o tamanho é pequeno, pesa entre 2,5 a 4,5 kg, é obediente e atento, com boa capacidade de adaptação, é de fácil transporte devido ao tamanho e temperamento. Maltês o tamanho e peso é leve, até 4 kg, é carinhoso e tranquilo, ideal para viagens mais longas, bastante comum entre os cães transportados em cabine. Schnauzer Miniatura é de pequeno porte, pesa entre 6 a 8 kg. de comportamento equilibrado, costuma ser disciplinado e sociável, é aceito em diversas companhias, principalmente em voos curtos. Dachshund (Teckel) é de pequeno a médio porte, pesa entre 6 a 9 kg, adaptável e calmo, embora curioso, é aceito se o peso total estiver dentro do limite da caixa, costuma ser aprovado para cabine.
Raças que precisam de condições específicas
Nem todos os cães podem embarcar com a mesma facilidade. Algumas raças, por suas características físicas ou comportamentais, enfrentam limitações extras pelas companhias aéreas. Isso não significa que elas não possam viajar, mas que há cuidados e regras adicionais para proteger o bem-estar desses animais. Raças com focinho mais curto podem ter respiração mais sensível, principalmente em ambientes com pouca circulação de ar. Durante voos, isso pode gerar desconforto, principalmente em climas muito quentes ou frios. As companhias, por precaução, muitas vezes impõem condições como: viagem somente em períodos do ano com temperatura amena, transporte apenas na cabine (e não no compartimento inferior), apresentação de laudo veterinário recente. Entre as raças que se encaixam nesse grupo, estão Shih-Tzu (em alguns casos), Pug, Bulldog Francês e Inglês, Pequinês, Boston Terrier, Boxer, Lhasa Apso (em alguns casos). Algumas companhias suspendem totalmente o embarque dessas raças em determinadas rotas, especialmente internacionais. Raças grandes ou com estrutura física robusta podem ter mais limitações, precisam viajar em caixas maiores, o que pode ultrapassar os limites da cabine. Nesses casos, temos o Mastim Napolitano, o Fila Brasileiro, o Dogue Alemão, o Rottweiler, Pit Bull (em algumas companhias, há exigência de caixa reforçada). Raças com histórico de comportamento protetor ou reativo Esse tipo de critério varia bastante, mas algumas empresas avaliam o histórico da raça em relação a reações inesperadas em ambientes fechados. Nesses casos, é solicitado que o cão esteja habituado à caixa de transporte e que tenha comportamento calmo durante o trajeto. Se seu cão está entre as raças com restrição, o primeiro passo é verificar as regras da companhia escolhida, conversar com um profissional de confiança para garantir que está tudo certo com a saúde e o preparo do cão, planejar a viagem com antecedência inclusive considerando alternativas de transporte, se necessário. Viajar com responsabilidade é entender que cada cão tem suas necessidades e respeitá-las é a chave para uma jornada segura e tranquila.
Quando a companhia aérea define o modelo da caixa
Ao planejar uma viagem com seu cão, um dos pontos mais importantes está nos detalhes técnicos exigidos pelas companhias aéreas. E isso vai além do tamanho do animal ou da raça: algumas empresas têm diretrizes muito específicas sobre a caixa de transporte incluindo medidas, formato, estrutura e até indicação de modelos aprovados. Essa padronização faz parte de uma norma de segurança e bem-estar animal, regulamentada por órgãos responsáveis pela aviação e pela proteção dos animais em trânsito. As empresas que seguem esse modelo geralmente disponibilizam em seus canais oficiais: Dimensões máximas e mínimas da caixa (tanto para cabine quanto para porão), Peso total permitido (soma do cão e da caixa), Tipo de material aceito (rígido, com ventilação lateral, base firme), Marcas ou fabricantes recomendados, conforme padrões internacionais. Essas especificações seguem orientações de entidades como a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), além das regras internas de cada companhia. Por que é importante seguir exatamente os parâmetros dessas normas? Evita transtornos no embarque, garante maior conforto e segurança ao cão, evita a troca de última hora da caixa no aeroporto, respeita as normas de transporte de animais estabelecidas pela companhia. Ao organizar uma viagem com seu cão, conhecer as normas específicas da companhia aérea é essencial. A seguir, você encontra exemplos reais de exigências sobre as caixas de transporte, tanto em voos nacionais quanto internacionais: LATAM Airlines: aceita caixas rígidas ou flexíveis, desde que tenham boa ventilação lateral. As medidas máximas para transporte na cabine são 36 cm de altura, 33 cm de largura e 23 cm de comprimento. O peso total permitido (cão + caixa) é de até 7 kg. É permitido levar apenas um animal por passageiro na cabine. Azul Linhas Aéreas: permite tanto caixas rígidas quanto flexíveis, desde que tenham fundo impermeável. As medidas para a cabine são 20 cm de altura, 31,5 cm de largura e 43 cm de comprimento. O limite de peso total é de 5 kg. A companhia reforça que o animal deve conseguir ficar em posição natural dentro da caixa. Gol Linhas Aéreas: aceita modelos rígidos ou flexíveis, desde que tenham estrutura firme. As medidas máximas permitidas na cabine são 24 cm de altura, 32 cm de largura e 43 cm de comprimento, com peso total de até 10 kg. A caixa deve ser completamente fechada, mas bem ventilada. Air France: para transporte na cabine, a Air France aceita somente caixas flexíveis, com material macio e impermeável. As dimensões devem ser de no máximo 24 cm de altura, 30 cm de largura e 46 cm de comprimento, com peso total de até 8 kg. Modelos rígidos não são aceitos na cabine. Lufthansa: a companhia segue padrões bastante rígidos. Para viagens na cabine, aceita caixas rígidas, bem ventiladas e com trava segura. As medidas podem variar de acordo com a aeronave, mas o peso máximo aceito é de 8 kg (cão + caixa). Para transporte no porão, recomenda o uso de modelos homologados pela IATA. TAP Air Portugal: aceita caixas rígidas ou flexíveis, desde que tenham base absorvente e resistente. As medidas para cabine são 20 cm de altura, 30 cm de largura e 40 cm de comprimento, com peso máximo de 8 kg. A companhia não transporta cães de focinho mais curto no compartimento inferior, por segurança. United Airlines: aceita caixas rígidas ou flexíveis que sigam os critérios da IATA. As medidas máximas são 22 cm de altura, 30 cm de largura e 44 cm de comprimento, e o peso total permitido é de 8 kg. A caixa deve caber sob o assento à frente do passageiro, o que limita bastante o tamanho aceito na cabine. Esses exemplos mostram como cada companhia aérea tem seu próprio conjunto de normas mesmo quando seguem recomendações internacionais. A dica de ouro é: verifique sempre o site oficial da empresa antes de comprar a caixa de transporte. Nem todo mundo sabe, mas algumas companhias aéreas vão além de listar apenas as medidas e exigências da caixa de transporte: elas também indicam marcas ou modelos que já seguem os padrões exigidos para embarque. Isso facilita muito a vida de quem quer evitar imprevistos no aeroporto. Cada companhia tem o compromisso de garantir a segurança e o bem-estar do animal durante o voo. E isso só é possível quando o tutor utiliza uma caixa adequada, que tenha ventilação lateral, que permita que o cão fique em pé e se vire com conforto, que seja feita de material resistente, fácil de higienizar, que tenha travamento seguro, evitando aberturas acidentais durante o trajeto e pensando nisso, algumas empresas informam em seus sites ou centrais de atendimento exemplos de marcas ou tipos de caixa que costumam atender a esses critérios.
Agora que você já sabe mais sobre as raças com menos restrições, as exigências das companhias e como escolher a caixa ideal, sua preparação ficará muito mais tranquila. Compartilhe nos comentários! Sua vivência pode ajudar outros tutores que estão se preparando para embarcar com seus companheiros de quatro patas.
