Guia Completo para Transporte de Cães em Mudanças Internacionais e os Requisitos e Dicas para uma Viagem Segura

Quando uma mudança de país inclui também o transporte do cão, o planejamento vai muito além das malas.

Cada etapa merece atenção especial — desde a documentação necessária até os cuidados para a adaptação do animal antes, durante e depois do voo.

Viajar com um pet para o exterior envolve normas específicas, prazos que variam conforme o destino e decisões que impactam diretamente o bem-estar do cão.

Por isso, compreender os procedimentos com clareza e organização faz toda a diferença.

Neste guia, você encontrará orientações objetivas sobre os requisitos para transporte internacional de cães, além de recomendações práticas para tornar essa transição mais tranquila.

O conteúdo é ideal para tutores que buscam segurança e informação confiável em cada passo da jornada.

Exigência de Vacinas, Sorologia e Tratamentos Obrigatórios

Vacinação antirrábica dentro do prazo e com comprovação válida

A vacina contra a raiva é imprescindível na maioria dos países.

Para ser considerada válida, deve ter sido aplicada após o animal completar três meses de idade, com intervalo mínimo de 30 dias e, em alguns casos, não ultrapassando 12 meses antes do embarque.

O comprovante precisa conter dados do veterinário responsável, número do lote da vacina e identificação do animal.

Sorologia antirrábica quando solicitada pela autoridade sanitária

Alguns países requerem, além da vacina, o exame sorológico antirrábico, que verifica se o cão desenvolveu anticorpos suficientes contra o vírus.

O teste deve ser feito em laboratório autorizado e com antecedência mínima — geralmente 90 dias antes do embarque.

O resultado precisa estar dentro dos valores aceitos e devidamente anexado à documentação sanitária.

Tratamentos preventivos contra vermes e parasitas externos

Muitos destinos também exigem que o cão receba tratamento antiparasitário completo, com vermífugo e aplicação contra pulgas e carrapatos.

Essas medidas devem ser registradas no atestado de saúde emitido pelo veterinário e, em alguns casos, realizadas dentro de um período específico antes da viagem — como 48 ou 72 horas.

Esses procedimentos garantem que o animal chegue ao novo país em boas condições, respeitando as normas locais de biossegurança.

Seguir cada passo corretamente facilita a liberação do cão no desembarque e evita contratempos ou custos adicionais.

Emissão do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) pelo MAPA

Quando e Onde Emitir o CZI

Para que o cão seja autorizado a entrar legalmente em outro país, é necessário apresentar um documento oficial emitido pelo Brasil: o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI).

Esse certificado atesta que o animal atende aos requisitos sanitários solicitados pelo país de destino e que sua saúde foi avaliada por um profissional habilitado.

O CZI deve ser emitido por uma unidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), geralmente dentro de um prazo de até 10 dias úteis antes da data do embarque.

Algumas localidades exigem agendamento prévio, e o atendimento costuma ser presencial, sendo essencial verificar com antecedência os horários de funcionamento da unidade escolhida.

A emissão do documento ocorre mediante a apresentação dos comprovantes originais, em formato físico.

Por isso, recomenda-se que o tutor organize os comprovantes com bastante antecedência e consulte os requisitos específicos do país de destino diretamente com o MAPA.

Documentos Necessários para Solicitação

Para solicitar o CZI, o tutor precisa apresentar o comprovante de vacinação antirrábica dentro do prazo de validade, com identificação clara do veterinário responsável.

Também é necessário apresentar um atestado de saúde assinado por profissional registrado no CRMV, emitido próximo à data da solicitação — geralmente dentro de três dias úteis.

Além disso, é fundamental que o cão esteja devidamente identificado com microchip, especialmente se o país de destino exigir rastreabilidade eletrônica.

Em situações em que o destino solicita exames complementares, como o laudo de sorologia antirrábica, o documento deve ser apresentado junto aos demais.

Ter cada um desses elementos organizados garante que a emissão do CZI ocorra de forma eficiente e evita contratempos no momento da viagem.

Identificação Oficial e Conformidade Técnica

Tipos de Microchip Aceitos Internacionalmente

Para garantir que o seu cão seja identificado de forma única e segura durante a viagem internacional, muitos países exigem a implantação de um microchip.

Esse pequeno dispositivo, colocado sob a pele do animal, funciona como uma “identidade eletrônica” permanente, facilitando o reconhecimento e a verificação dos dados do pet em aeroportos e órgãos oficiais.

É importante que o microchip siga um padrão internacional, conhecido como ISO 11784/11785, para que possa ser lido por equipamentos comuns nos pontos de inspeção.

Além disso, a aplicação do microchip geralmente precisa acontecer antes da vacinação contra a raiva, respeitando um intervalo mínimo de tempo para comprovar a autenticidade dos documentos.

Ter o número do microchip registrado em um banco de dados confiável também é fundamental.

Isso permite que as autoridades confirmem com facilidade as informações do cão, evitando qualquer dúvida durante o embarque e na chegada ao país de destino.

Manter a coerência entre os dados do microchip e os documentos oficiais, como o certificado zoossanitário e o atestado de saúde, ajuda a garantir uma viagem tranquila e sem imprevistos.

Registro do Microchip e Associação a Documentos Legais

A microchipagem por si só não é suficiente. Para garantir validade internacional, o número do chip deve estar registrado em um banco de dados acessível, preferencialmente com cobertura global.

O registro permite que autoridades sanitárias, veterinários credenciados e companhias aéreas confirmem com segurança os dados do cão.

Outro ponto essencial é a coerência entre o número registrado no microchip e as informações constantes nos demais documentos exigidos, como atestados de saúde, certificado zoossanitário e comprovantes de vacinação.

Qualquer divergência, mesmo que pequena, pode gerar dúvidas no momento do embarque e atrasar o processo de liberação no destino.

Normas das Companhias Aéreas e Regulamentações Internacionais de Transporte Animal

IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo

A IATA (International Air Transport Association) estabelece os padrões internacionais para o transporte seguro e humanizado de animais em aviões.

As diretrizes da entidade abrangem desde o tipo de caixa de transporte até condições de ventilação, espaço interno e material de fabricação.

A caixa deve permitir que o cão fique de pé, vire-se e deite confortavelmente, além de contar com aberturas para ventilação e fechos seguros que evitem qualquer risco de escape.

Outro ponto importante nas diretrizes da IATA é o bem-estar do animal ao longo do trajeto.

Espera-se que ele esteja habituado à caixa, consiga permanecer calmo durante o deslocamento e esteja fisicamente apto para a viagem.

Diretrizes da companhia aérea selecionada

Cada companhia aérea possui suas próprias regras quanto ao transporte de animais.

Algumas autorizam cães de pequeno porte a viajarem na cabine junto ao tutor, desde que dentro de bolsas apropriadas e respeitando os limites de peso e dimensão.

Outras operam exclusivamente com transporte no porão pressurizado ou via serviço de carga viva, dependendo do perfil do voo e da estrutura da aeronave.

Além disso, muitas empresas adotam limitações específicas por raça, especialmente em casos de cães braquicefálicos, e podem limitar o embarque em períodos de temperatura elevada ou rotas com longas conexões.

Por isso, ao escolher a companhia aérea, é essencial verificar previamente todas as condições, inclusive em voos com escalas internacionais.

Regulamentações de entrada temporária ou permanente do cão no exterior

Tipos de Visto Animal ou Permissão de Importação

Ao planejar uma viagem internacional com cães, é fundamental diferenciar se a estadia será temporária ou permanente.

Essa definição influencia diretamente as demandas legais para a entrada e a permanência do animal no país de destino.

Cada governo estabelece diretrizes específicas para animais que acompanham turistas, estudantes, expatriados ou famílias em processo de mudança definitiva, e compreender essas variações evita contratempos na chegada.

Alguns países adotam permissões específicas para cães que entram de forma temporária, como em casos de turismo ou estadas curtas, solicitando apenas o cumprimento dos requisitos sanitários e a apresentação de documentos válidos no momento do embarque.

Nesses casos, o cão pode permanecer no território por um período determinado, sem a necessidade de registros adicionais.

Por outro lado, em situações de mudança definitiva, o tutor deve providenciar autorizações de importação animal emitidas previamente.

Esse processo, em geral, inclui a apresentação de exames, certificados e comprovantes de microchipagem com antecedência mínima, além do pagamento de taxas específicas.

A validade dessas autorizações pode variar, e algumas precisam ser renovadas em caso de atrasos no cronograma da viagem.

Registro no País de Destino Após o Desembarque

Após a chegada, muitos países solicitam o registro do cão em um sistema local de identificação e acompanhamento animal.

Esse cadastro costuma ser realizado em órgãos municipais, departamentos de agricultura ou clínicas veterinárias autorizadas.

Mesmo em estadias curtas, esse procedimento pode ser obrigatório, funcionando como uma forma de controle sanitário e de acompanhamento da presença do animal no território.

O Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) continua sendo válido por um período após o desembarque, mas não substitui o cumprimento das regras locais.

Caso a permanência do cão no país se estenda além do prazo permitido, o tutor poderá ser solicitado a apresentar novos documentos ou passar por um processo de renovação, conforme as exigências do país anfitrião.

Normas Brasileiras para Retorno ao País com o Animal

Requisitos para Reimportação de Cães ao Brasil

Quem viaja ao exterior com um cão precisa considerar, desde o início, os requisitos para retorno ao Brasil. O processo de reimportação do animal envolve cuidados específicos, especialmente em relação à validade dos documentos emitidos no momento da saída e às condições sanitárias do país de origem no momento da volta.

Para que o cão retorne legalmente ao território brasileiro, é necessário que a documentação sanitária ainda esteja dentro do prazo de validade. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exige a apresentação do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) utilizado na saída, desde que a reentrada ocorra dentro do período estabelecido — geralmente até 60 dias, em viagens temporárias.

Se a permanência no exterior exceder esse prazo ou se houver troca de país de estadia durante a viagem, será necessário apresentar nova documentação, inclusive um atestado de saúde emitido por um veterinário local, além da comprovação de vacinação antirrábica válida. O cão deverá atender a todos os requisitos sanitários exigidos para importações regulares.

Nos casos em que o animal tenha passado por quarentena obrigatória no exterior, as autoridades brasileiras podem solicitar documentação adicional ou submeter o cão a inspeção na chegada. Tudo dependerá do histórico sanitário do país de onde ele retorna e da atualização dos registros de vacinação e exames.

Planejar o retorno com antecedência, mantendo todos os documentos organizados e atualizados, facilita o processo de reentrada e evita contratempos nos pontos de controle.

Conclusão

Transportar um cão em mudanças internacionais é um processo que combina responsabilidade, planejamento e atenção a detalhes técnicos e legais. Desde os primeiros passos, como a identificação eletrônica e a vacinação correta, até os trâmites com companhias aéreas e órgãos oficiais, cada etapa deve ser cuidadosamente organizada para garantir que o animal viaje com segurança e dentro das normas.

Entender a diferença entre entradas temporárias e definitivas, atender às exigências específicas do país de destino e cuidar da documentação exigida para o retorno ao Brasil são atitudes que demonstram respeito à saúde e ao bem-estar do cão, além de evitarem transtornos nos pontos de controle.

Ao cumprir cada requisito com antecedência e clareza, o tutor contribui para uma transição tranquila — tanto para si quanto para o animal. Afinal, em mudanças internacionais, o sucesso da viagem está diretamente ligado ao cuidado com os pequenos detalhes que garantem o conforto e a legalidade de todo o percurso.

Vai mudar de país com seu cão? Antecipe cada etapa para evitar imprevistos. Consulte profissionais qualificados e garanta uma viagem segura e tranquila para todos. Seu planejamento começa agora — cuide bem de quem vai com você!

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